Foto: William
O
ciclo de decadência da castanha-do-pará, aqui no sudeste paraense, teve seu
início em torno do ano de 1970. Isso, devido à expansão da oligarquia da
castanha que deteve grandes lucros ocupando absolutamente a dominância política
e econômica nesta região.
Os
donos de castanhais aforados apossam de forma definitiva através de títulos
adquiridos como proprietários titulares dos imóveis e na sua maioria
contratavam pistoleiros para proteger suas propriedades dos posseiros. Com
isso, inicia-se o desmatamento da floresta densa e dos cocais para dar lugar ao
plantio de capim e a produção extensiva da pecuária. A exploração da madeira também
já era compartilhada pelos grandes grupos madeireiros e fazendeiros.
Os
grandes projetos do Governo Federal, como a Transamazônica, Tucuruí e Carajás,
impactam a região com fortes migrações.
Garimpos
dimensionam ainda mais a ambição e a exploração em contrastes com doenças
endêmicas como a malária, a febre amarela e as deprimentes condições de
sobrevivência.
A
política de ocupação das terras vira alvo de disputa entre os posseiros e os
pistoleiros das grandes fazendas denominando uma diversidade de conflitos
armados com muita execução de pessoas.
Surge
o movimento de oposição ao regime militar denominado de “Guerrilha do Araguaia”,
transformando a região em Área de Segurança Nacional, onde, o Exército
Brasileiro reprime duramente os envolvidos no movimento.
Líderes
de igrejas são presos, sindicalistas são assassinados e camponeses são
torturados, ampliando ainda mais a tensão nas margens do Araguaia.
Considerando todos esses acontecimentos presenciado pelas pessoas pioneiras aqui, podemos afirmar que Piçarra nasce imersa a essa realidade imposta na região do Araguaia/Tocantins. Com
o Exército presente na região, no início da década de 1980, o Batalhão de
Engenharia e Construção – BEC promove a abertura da estrada vicinal de 90 km
ligando a cidade de São Geraldo a Vila Itaipavas (ambas vilas do Município de Conceição
do Araguaia).
Com
isso, no local onde hoje é a cidade de Piçarra, foi desmatado para a extração
de cascalho a ser utilizado na construção da vicinal e servia de apoio aos
funcionários envolvidos na obra. Essa localidade era conhecida como “Sobra de Terra”,
pois ficava entre a fazenda da antiga IMPA (Indústria Madeireira do Pará) e a
fazenda do grupo Murades.
O
então prefeito, Giovanni Queiroz, comprou mais um pedaço de terra e doou para
quem quisesse morar dando início à vila.
Segundo
afirma o Sr. José Goiano, pioneiro e ainda morador em Piçarra, o padre Aristides
Cânion, tentou dar nome da localidade de Cruzelândia (devido ao entroncamento
das vias da cidade de São Geraldo do Araguaia a Vila Itaipavas e a da Vila Boa
Vista a Vila Rio Vermelho no Município de Xinguara), mas o Exército definiu o
nome com uma placa “PIÇARRA”.
Considerando
o ciclo econômico e a ocupação da terra, os piçarrenses são predominantes de
nordestinos, mineiros e goianos, sendo rara a existência de paraense.
Para
emancipar o Município de Piçarra foram necessários manifestações em Belém de
caravanas que apresentou abaixo-assinados para sensibilizar os deputados a
aprovarem o plebiscito, que aconteceu no dia 15 de novembro de 1995.
O
Município de Piçarra, localizado na região sudeste Estado do Pará, foi criado
pela lei nº 5.934, de 29 de dezembro de 1995. O primeiro prefeito, Sr. Milton
Pereira de Freitas, tomou posse no dia 01 de janeiro de 1997.
A
extensão territorial é de 2.916,65 km². Em seus limites encontram-se os
municípios de São Geraldo do Araguaia, Eldorado dos Carajás, Xinguara e com o
Estado do Tocantins.
Conforme
definido pelo censo do IBGE de 2007, o Município de Piçarra possui 12.530
habitantes.
Fonte:
AMAT e IBGE (dados em 04/09/11)
Muito bom! Parabéns a você, William! Muito bem elaborado.
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